A Ministra do Género, Criança e Acção Social, Nyeleti Mondlane, dirigiu nesta quarta-feira, 31 de Janeiro, a cerimónia de abertura do ano lectivo 2024 ao nível da província de Maputo, sob o lema “Por uma Educação Inclusiva, Patriótica e de Qualidade”, com réplica em todos os oito distritos da província.

Para a governante, o lema “pressiona-nos a impulsionar uma educação de altos padrões, que promova o orgulho à moçambicanidade e inclusiva, isto é, que não deixa ninguém para trás, por qualquer motivo que seja”.

Nyeleti Mondlane exortou maior participação nos programas de alfabetização de jovens e adultos para superar a taxa de analfabetismo, que se situa em 12.4 por cento naquele ponto do país. “Os líderes comunitários devem sensibilizar as comunidades a aderirem aos centros de alfabetização e educação de jovens e adultos, como forma de garantir os esforços do sector na redução do analfabetismo na província”, disse.

Na ocasião, a Ministra do Género, Criança e Acção, partilhou que o subsídio para os alfabetizadores passa de 650 meticais para 1.500 meticais, um incremento de 131 por centro e em 2024 serão contratados 310 alfabetizadores voluntários na província de Maputo, o que desafia os distritos da província a garantirem a implementação da estratégia “Uma Escola Primária, um Centro de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos”.

Por outro lado, para leccionar os diferentes subsistemas de ensino, na província de Maputo, haverá um incremento do número de professores com a admissão de 287 novos professores, passando de 13.705 docentes em 2023 para 13.992 no presente ano, o que representa um crescimento de 2.1 por cento.

 

O evento foi marcado pela inauguração da Escola Básica de Malhampsene requalificada, com 21 salas de aula, destacando-se por ser uma das maiores da província, que vai eliminar 35 turmas ao ar livre na escola, beneficiando um total de 4.200 alunos.

“Para a população de Malhampsene, professores e alunos em particular, este 31 de Janeiro tem um duplo significado, porque para além de marcar o arranque formal do ano lectivo, recebe uma majestosa e moderna escola: requalificado o bloco de nove salas de aula antigas, um bloco administrativo, uma Secretaria e construídas de raiz doze novas salas, um bloco de sanitários para alunos, um bloco de sanitários para professores, uma Cantina, e uma torre com depósito de água. É de referir que a infra-estrutura encontra-se totalmente apetrechada com 300 carteiras, financiada pela Empresa Mozal no âmbito da responsabilidade social corporativa”, disse Nyeleti Mondlane.

Referiu que a Estratégia do Governo de financiamento e expansão dos serviços educativos preconiza o envolvimento de todos os sectores, em particular, as comunidades, a sociedade civil e o sector produtivo, através de acções de responsabilidade social.  

“Por isso, em nome do Governo Central e de toda a população neste local, felicito e agradeço à Mozal, pela construção desta escola, neste momento em que o país e o mundo atravessam adversidades de vária ordem. A nossa expectativa é que mais empresas se venham juntar a este compromisso de educação a Nação”, sublinhou a governante.

Nyeleti Mondlane disse ser fundamental um ambiente escolar seguro e saudável, apelando a todas as forças vivas da sociedade a engajarem-se na prevenção e combate ao consumo de álcool e outras drogas. “O combate à violência baseada no género, uniões prematuras e gravidezes precoces, são desafios que exigem nossa atenção colectiva para o sucesso escolar dos alunos”, disse.

Frisou o imperativo de transmitir conhecimentos académicos e moldar cidadãos conscientes e responsáveis, tendo como foco uma educação integral com o desenvolvimento não apenas de mentes brilhantes, como também de princípios éticos e saudáveis.

Apelou maior reflexão sobre os alicerces fundamentais que vão nortear o sucesso do processo de ensino e aprendizagem no presente ano lectivo, destacando, entre outros pilares essenciais, a gestão eficiente da sala de aula e do recinto escolar, visando um ambiente propício ao aprendizado e ao desenvolvimento integral dos alunos.

Para a Ministra, a supervisão escolar desempenha um papel crucial na melhoria do desempenho educacional e apontou os Conselhos Pedagógicos e Jornadas Pedagógicas, como mecanismos de superação pedagógica, que fortalecem o compromisso com a excelência no ensino.

“Ressaltamos ainda a necessidade de retenção dos alunos, especialmente das raparigas, na escola, bem como o atendimento adequado aos alunos com Necessidades Educacionais Especiais. No que concerne à retenção da rapariga na escola, exortamos aos parceiros de cooperação e às organizações da sociedade civil a desenvolverem programas tais como o EU SOU CAPAZ, que visa o empoderamento da rapariga e contribuir para sua permanência na escola”, disse a governante.